LÚPUS ERITEMATOSO SITÊMICO

Lúpus eritematoso sistêmico é uma doença crônica que pode afetar vários órgãos no corpo.  Isto torna o lúpus uma das doenças mais variáveis da medicina. Muitos dos sintomas de lúpus são inespecíficos, ou seja, podem ocorrer em várias outras situações e cada paciente com lúpus tem características únicas.

O lúpus é uma doença autoimune, ou seja, relacionada com um mau funcionamento do sistema imunológico. Este sistema tem a função de nos proteger contra substâncias estranhas ao organismo como, por exemplo, vírus e bactérias.

Existem várias doenças autoimunes nas quais este sistema “se confunde” e ataca os próprios órgãos e tecidos como se fossem invasores.

A partir da segunda metade do século XX foi descoberta a relação entre lúpus e autoimunidade. Desde então o progresso no conhecimento desta doença se mistura com o próprio estudo da imunologia e da autoimunidade.

Na verdade o lúpus é um verdadeiro arquétipo da autoimunidade.  Enquanto algumas doenças autoimunes se caracterizam pelo ataque do sistema imunológico a um órgão em particular (as chamadas doenças autoimunes órgão-especificas como, por exemplo, tireoidite autoimune) no lúpus qualquer órgão ou tecido pode ser acometido.  Como consequência os sintomas de lúpus podem variar muito de uma pessoa para outra.

Muito embora a doença possa acometer qualquer órgão, cada paciente com lúpus tem apenas alguns tipos de sintomas. Além disso, a intensidade dos sintomas pode variar muito de um individuo para outro, desde formas muito leves, por vezes limitadas ao envolvimento da pele, até formas generalizadas e potencialmente graves.

Por isso, costuma-se dizer que o lúpus é uma doença com múltiplas faces e que cada paciente com lúpus é diferente e único.

Então como identificar quem tem lúpus?

O diagnóstico de lúpus pode ser um desafio para médicos e pacientes. Ainda assim existem algumas características que ajudam a suspeitar da doença:

Lúpus é 10 vezes mais comum em mulheres do que homens.  Geralmente a doença aparece pela primeira vez em mulheres jovens em idade fértil.  Mais raramente ela pode acometer crianças e adolescentes ou se iniciar em idade mais avançada.

Tipicamente o lúpus se manifesta por dor e inflamação nas juntas associada com alterações cutâneas.  As lesões de pele do lúpus são fotossensíveis, ou seja, pioram com a exposição solar. Outros sintomas frequentes da doença são queda de cabelo, úlceras orais e febre.  As formas mais graves da doença são aquelas em que ocorre envolvimento do rim ou do sistema nervoso central.

O diagnóstico de lúpus, assim como seu tratamento, evoluiu muito nas últimas décadas.  Ainda assim, trata-se de uma área bastante especializada da medicina, que exige conhecimento técnico e experiência.

Mais importante ainda, é exatamente esta característica multifacetada desta doença que faz com que cada pessoa com lúpus se apresente de uma forma distinta com sintomas e alterações de exames que não são iguais para todos. Da mesma forma o tratamento deve ser individualizado para cada caso.

A boa noticia é que existem cada vez mais opções de tratamento e que estes tratamentos são cada vez mais eficientes, permitindo que portadores de lúpus tenham uma vida normal.

Para quem tem lúpus, conhecer a doença e suas várias faces é essencial para permitir a melhor interação com o médico e garantir os melhores resultados.  Portanto fiquem atentos para mais postagens aqui neste espaço.