A osteoporose (OP) é um importante problema de saúde associado com fraturas (principalmente do quadril e da coluna), dor crônica, depressão, deformidade, perda da independência e incapacidade crônica além de aumento da mortalidade.

Para dimensionar o problema, estudos epidemiológicos Brasileiros mostram a ocorrência de mais de 120.000 fraturas osteoporóticas anualmente, apenas no quadril. Acredita-se que 33% das mulheres pós-menopáusicas apresentam osteoporose na coluna lombar ou no fêmur.

Muito embora a OP seja uma condição passível de prevenção e tratamento, estudos têm demonstrado que apenas uma minoria das pessoas com alto risco é avaliada ou tratada.

A OP é uma doença osteometabólica caracterizada por diminuição da massa e deterioração da microarquitetura do osso e, consequente, aumento da fragilidade e da sua susceptibilidade à fraturas. O diagnóstico precoce e a avaliação do risco de fraturas são extremamente importantes devido, exatamente, à existência de tratamentos que podem retardar, ou até reverter, a progressão da doença.

De uma maneira geral, a OP pode ser classificada em primária ou secundária.  A OP primária é aquela que ocorre sem a existência de outra causa ou doença associada. Este grupo inclui as formas mais frequentes de OP:

  • osteoporose pós menopausa, que acontece em mulheres a partir da entrada na menopausa.
  • osteoporose senil, que ocorre em homens e mulheres na terceira idade.

Além destas formas primárias, existem outras situações que podem causar OP que passa então a ser chamada de osteoporose secundária. Esta diferenciação é importante, pois, implica em tratamentos distintos.  Entre as causas mais frequentes de OP secundária estão o uso crônico de corticosteroides (cortisona) bem como certas doenças reumatológicas inflamatórias, doenças endócrinas como hiperparatireoidismo e certas formas de câncer.

O diagnóstico da OP pode ser estabelecido clinicamente na presença de uma fratura por fragilidade (aquela que acontece com quedas da própria altura ou sem qualquer trauma importante). Mais frequentemente, porém, o diagnóstico é feito antes da ocorrência de qualquer fratura através do exame de densitometria óssea.

Após a infância a densidade óssea cresce rapidamente até atingir o máximo no final da adolescência e se mantém estável nas décadas seguintes.  Fatores genéticos, nutricionais (ingesta de cálcio e vitamina D) e particularmente a prática de exercícios físicos influenciam muito o pico e a manutenção da massa óssea.  Nas mulheres, a partir da menopausa, ocorre uma perda progressiva de massa óssea. Nos homens esta perda também pode acontecer, mas, geralmente, bem mais tarde.

O exame de densitometria óssea mede esta densidade mineral óssea do paciente e compara o resultado com a densidade mineral óssea de adultos jovens normais do mesmo sexo e raça.  Esta medida é muito importante na definição de osteoporose sendo chamada no exame de “índice T”. O exame também fornece outro número, o “índice Z” que reflete a comparação do paciente com indivíduos normais da mesma idade.  No laudo da densitometria a diferença entre a densidade mineral óssea medida no paciente e o padrão normal é expressa por desvios padrão (DP) acima ou abaixo do valor comparado.  Este DP é usado para definir o conceito de osteopenia e osteoporose.

A Organização Mundial de Saúde define o diagnóstico de osteoporose quando o índice T for igual ou inferior a 2,5 DP (na coluna lombar, quadril total ou no rádio distal). Osteopenia (ou baixa massa óssea) é definida quando os valores se encontram entre 1 a 2,5 DP.

Em outras palavras osteopenia e osteoporose não são nomes de doenças distintas, mas, definições baseadas nos resultados do exame de densitometria óssea que refletem o grau de risco de fraturas. Osteoporose e osteopenia não causam sintomas, são apenas indicações de risco e da necessidade de medidas preventivas.

Embora a diminuição da massa óssea esteja associada a aumento do risco de fratura, é importante ressaltar que a densitometria óssea indica risco relativo, e não risco absoluto para fraturas. Portanto, do ponto de vista clínico, a densitometria óssea deve ser analisada conjuntamente com outros fatores de risco para fraturas.  Além disso existem vários aspectos técnicos deste exame que precisam ser analisados com cuidados por um especialista para evitar conclusões erradas.