A polimialgia reumática é uma doença frequente que afeta apenas pessoas com mais de 50 anos.

Apesar de frequente ela é sub-diagnosticada. Muitos confundem a doença com dores próprias da idade e, às vezes, com o diagnóstico de fibromialgia que é uma condição totalmente distinta desta.

As duas doenças provocam dor mais ou menos difusa, mas, a polimialgia reumática nunca afeta pessoas com menos de 50 anos. Na verdade, ela é mais frequente com o avançar da idade, particularmente depois da 6ª década de vida.  Ela também é bem mais frequente nos países nórdicos e, no Brasil, é mais frequente em pessoas de origem europeia.   A dor na polimialgia reumática é pior pela manhã e na região dos ombros e da bacia. Muitas vezes os pacientes se queixam de dificuldade de pegar objetos em lugares altos devido a dor e fraqueza dos braços, dificuldade para se levantar da cadeira, bem como uma sensação de rigidez ao acordar. O aspecto mais típico desta doença é a grande melhora dos sintomas com uso de corticosteroides em doses baixas (aspecto não observado nos pacientes com fibromialgia).  Além destes sintomas mais característicos alguns pacientes podem ter dor e inchaço articular que podem confundir-se com um quadro de artrite reumatoide.

A causa desta doença é ainda desconhecida.  O diagnóstico é feito pelo quadro clínico típico e auxiliado pela alteração importante de um exame que detecta inflamação chamado de velocidade de hemossedimentação. Cuidado com esta informação, pois, este exame pode estar alterado na presença de toda e qualquer inflamação e não apenas na polimialgia reumática. Além disso, alguns pacientes com polimialgia podem ter uma hemossedimentação normal. Portanto o diagnóstico depende principalmente do conhecimento médico.

O uso de analgésicos e de anti-inflamatórios tem pouca ou nenhuma eficácia nestes quadros. O tratamento é feito sim com corticosteroides em doses relativamente baixas. A resposta tende a ser rápida e brilhante. Quando os sintomas não melhorarem com o uso de cortisona o médico deve repensar o diagnóstico.

Obviamente, uso de corticosteroides traz efeitos colaterais que devem ser controlados de perto.  Por isso mesmo esta é uma doença que necessita acompanhamento especializado.  A maioria dos pacientes consegue diminuir a dose progressivamente e até ficar sem qualquer medicação.  Alguns casos mais resistentes necessitam de outras medicações, como drogas imunossupressoras tradicionais e agentes biológicos, que auxiliam no controle da doença e permitem a retirada do corticoide.

Um aspecto muito importante desta doença é a frequente associação da polimialgia reumática com outra doença a ARTERITE TEMPORAL. Isto acontece em apenas uma pequena parcela dos portadores de polimialgia reumática, mas, isto muda completamente o tratamento e será o assunto de outra postagem.

Portanto, atenção: pense neste diagnóstico e consulte o REUMATOLOGISTA quando uma pessoa na terceira idade começar a apresentar:

  • dor difusa de início recente
  • rigidez ao acordar pela manhã ou depois de repouso prolongado
  • dificuldade com os movimentos
  • dor bilateral em ombros/escápulas e na bacia